quinta-feira, 28 de julho de 2011

O AVIVAMENTO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DA IGREJA

Pr. Marco Leitão
Pra. Ana Cláudia



¹Ana Cláudia Alves da Silva
²Marco Antonio Leitão Paiva








RESUMO
Algumas ideias sobre o avivamento, bem como os diferentes movimentos que existiram na história e suas contribuições para a Igreja e a sociedade são de suma importância para que se possa compreender a evolução da igreja ao longo dos anos.
Avivamento fala de espiritualidade, de busca e do derramar do Espírito Santo, e é um assunto que todos àqueles que seguem a Cristo precisam conhecer, pois ele traz mudanças significativas na nossa vida. É preciso enfatizar que avivamentos e moveres são fatos reais que envolvem a Igreja desde a formação do caráter cristão até o despertar do sono espiritual e o trabalho no contexto da Igreja.

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¹ Concludente do Ensino Médio e Teóloga pelo CFMSV , Caxias-MA
² Concludente do Ensino Médio e Teólogo pelo CFMSV , Caxias-MA

INTRODUÇÃO
Existiram vários tipos de avivamento que vai desde a época dos patriarcas passando pelo batismo de Jesus, por João Batista até os dias atuais. A igreja viveu e continua vivendo grande mover do Espírito Santo, onde Deus tem derramado a unção à favor dos escolhidos. Tal movimento tem sido experimentado também no contexto atual. Pode-se observar pelos movimentos: Pietismo no século XVII, Puritanismo e os Morávios, a Igreja tem sido a propulsora desses moveres cumprindo a oração de Habacuque 3:2 “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi: aviva ó Senhor a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos notifica: na ira lembra –te da misericórdia”. Esse texto nos faz refletir que avivamento não é só falar em línguas , existe uma profundidade maior que envolve mudança de postura e atitude diante das adversidades . Nesse contexto o presente trabalho se compunha de três partes que explicitam claramente os acontecimentos e sua ordem lógica, onde se faz uma sistematização sobre o avivamento; os termos bíblicos com uma abordagem sobre o significado do avivamento para a Igreja e os movimentos avivalistas, como forma de mostrar à igreja que cada cristão deve estar envolvido espiritualmente na igreja e com a obra do Senhor, buscando sempre a santidade, pois a Palavra de Deus diz, que “os sinais seguirão aos que crêem”.

O AVIVAMENTO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DA IGREJA

O avivamento está no coração de Deus, desde o ínicio dos tempos. A Igreja do Senhor vivenciou formas diferentes de ser avivada, hoje é necessário que as pessoas que compõe a Igreja compreendam o verdadeiro sentido do avivamento, bem como as contribuições dele para o crescimento humano e espiritual forjando o caráter de cada cristão que permite ao Senhor trabalhá-las. Nessa perspectiva Coleman (1996;18)  afirmar que existiram varias épocas de avivamento que marcaram a Igreja dentre as quais podemos citar: “O despertar geral” que ocorreu nos dias de Sete pouco depois do nascimento do seu filho Enos: “Então se começou a invocar o nome do Senhor”(Gn 4:26), pois havia um aumento significativo de doenças na raça humana, havendo a  necessidade de um avivamento.
A época dos patriarcas sempre que a vitalidade espiritual do povo desvanecia, eles traziam a memória os fatos que marcaram o povo de Deus através da palavra. “Nessa perspectiva tiveram-se vários exemplos como diz em” Ao lugar onde Deus lhe falara, Jacó lhe chamou Betel.”(Gn,35:15) e  V. 21:chamou, pois, Moisés todos os anciãos de Israel e lhes disse: Escolhei, e tomai cordeiros segundo as vossas famílias, e imolai a Páscoa.V. 22: Tomai um molho de Hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga da porta e suas ombreiras com o sangue que estiver na bacia; nenhum de vós saia pela porta da sua casa até pela manhã. V. 23: Porque o Senhor passará para ferir os egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, passará o Senhor àquela porta e não permitirá ao destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir. V.24: Guardai, pois, isto por estatuto para vós outros e para vossos filhos, para sempre. V.25: E, uma vez dentro na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, observai este rito. V.26: Quando vossos filhos vos perguntarem: que rito é este? V.27: Respondereis: É o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas”. casas. Então, o povo se inclinou e adorou. V .28: E foram os filhos de Israel e fizeram isso; como o Senhor ordenara a Moisés e Arão, assim fizeram.  (Ex, 12: 21-28).
O período dos juízes durou 300 anos, esse foi um período marcado pela desobediência, onde os povos sempre buscavam outros deuses para firmarem a fé. Por isso eles eram sempre visitados pelo juízo de Deus, com sofrimento eles terminavam clamando ao Senhor em (Jz, 3:9-15), (I Sm, 7:1-17).
No tempo dos reis aconteceu uma renovação que iniciou com marcha de Davi, entrando com a Arca em Jerusalém (II Sm, 6:12-23). Nesse período existiu uma dedicação ao templo seguida da escolha de Salomão como rei (I Rs,8). Com esse contexto, tornou-se vivo a palavra de Deus no coração do povo, atingindo os reinos de Aza (I Rs, 15:9-15), estendendo-se até os dias do rei Josias (II Rs, 22:23) sendo um dos maiores avivamentos no período de Jeremias registrado na Bíblia. A desobediência sempre foi um parâmetro contra o avivamento, porém Deus sempre levantava pessoas para reacender a chama do evangelho ( Ed 1:4-24). Os judeus interromperam a reconstrução do templo, porém os profetas Ageu e Zacarias direcionaram o povo a prosseguir, desse período em diante outras reformas começaram, pois surgiram novas lideranças como Esdras, Neemias, dentre outros governo teocrático ( Nm, 1:1,13-31). Nesse período vários profetas oravam pelo avivamento e a promessa de sua ocorrência dentre os quais podemos citar: Joel 2:28 e 33 Habacuque 2:14 e 3-19, Malaquias 4.  Assim como o Velho Testamento o Novo T também foi marcado por avivamento, e o maior deles é o Batismo de Jesus por João Batista (Mt 3:13-17).  Assim se cumpria a profecia dita pelo profeta Isaias (9:6-7). Após esse acontecimento Jesus escolheu e treinou sua equipe de 12, para a grande missão de evangelização, salvação e arrependimento dos pecados. Jesus morreu e ressuscitou, ascendendo aos céus deixando a promessa do consolador que é o Espírito Santo, o poderoso derramamento do Espírito no dia de Pentecoste (At 2:1-47). O ministério de Jesus durou três anos e meio, nesse período ele trabalhou na preparação do dia do Pentecostes. A Igreja foi preparada para discipular. “redimida por seu sangue, garantido por sua ressurreição sairia em nome de Jesus a proclamar o evangelho até os confins da terra” ( At, 1:8).

O SIGNIFICADO DO AVIVAMENTO PARA A IGREJA
O conhecer o significado do avivamento é de sumo importância, para termos a certeza de que não estamos entrando em um mover contrária a vontade de Deus, ou ainda que não estejamos sendo vítimas de visões erradas daquilo que o Senhor quer de nós. Segundo o Aurélio avivamento é tornar mais vivo, estimular, animar..., com esse contexto pode-se observar que várias situações cabem dentro desses significados. No entanto o verdadeiro avivamento é um ato sobrenatural de Deus na vida de todo cristão que com sinceridade abre seu coração e permite que através do Espírito Santo, haja mudança de atitude, a partir de uma reflexão sobre seus atos praticados. Nessa perspectiva o avivamento não traz, somente os dons espirituais, mas também mudança no caráter do homem, para que possa ser um testemunho de Deus na face da terra. Exemplo viver bem com a família, ter um bom relacionamento com os amigos ou vizinhos, ser um bom pagador e ser envolvido na obra de Deus. O avivamento traz sobre a igreja uma unção para fazer a diferença na sociedade.  Em II co 2:14-15 diz: “E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifestamos em todo lugar a fragrância do seu conhecimento”. Por que para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.
O apóstolo Paulo escreveu no livro de Gl 2:20: “Fui crucificado com Cristo, logo já não sou eu mais quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus que me amou e se entregou por mim”. Quando nos dispomos a crer no Senhor Jesus e a obedecer-lhe, a nossa vida sempre será renovada pelo Espírito Santo, o mundo perde o sentido para nós e o amor de Deus começa a transparecer em nossas vidas, viver em Cristo é renunciar o pecado todos os dias, criando uma prática de oração e obediência à palavra de Deus. Os pentecostais afirmam que, avivamento caracteriza-se por uma unção da parte de Deus, onde há grande abundância da graça e alegria passa a transformar os corações e todos ficam cheios do Espírito Santo de Deus e começam a falar em línguas estranhas. É importante ressaltar que para cada Igreja o avivamento tem um significado, que  convergem e divergem em pontos diferentes. É preciso lembrar de algumas idéias no que corcene ao avivamento. O homem não produz o vento do Espírito pode apenas direcionar para o caminho. O avivamento já mais virá se o homem não preparar o caminho do Senhor, se não houver oração, humilhação, exaltação, adoração e obediência a palavra de Deus. Sem esses princípios não haverá derramamento do Espírito. Enganam-se aqueles que na busca do avivamento despreza a teologia e a doutrina, desprezá-las é querer levantar um edifício sem lançar um fundamento. O avivamento sem doutrina é movimento emocionalista é experiêncialista, percionalista e antropocentrista. Deus tem compromisso com a verdade e a sua palavra o avivamento precisa-se estar fundamentado na palavra e não por sonhos e visões e revelações subjetivistas, muitas vezes feita de carne.
Segundo o Pr. Pereira (apud Lopes 2001; 5) faz algumas colocações sobre o que não é avivamento não é mudança litúrgica; não é efervescência carismática unilateral; não é modismo; não é visão dicotomizada da vida e nem é campanha de evangelização. Para não sermos levados por qualquer vento de doutrina é necessário que conheçamos essas colocações, a Bíblia nos adverte sobre os falsos profetas e as falsas doutrinas. E Jesus nos advertiu a observar os sinais manifestados através dos tempos a fim de que reconheçamos o que é de Deus. A Igreja do Senhor precisa compreender o que venha a ser avivamento para que possam orar para que ele aconteça. A Bíblia ordena que levante mãos santas ao senhor num gesto de rendição e entrega. (I Tm 2:8). Louvor em que à pessoa apenas saltita e pula, mas não vive em santidade, é ofensa a Deus. Louvo que apenas verbaliza coisas bonitas para Deus, mas não leva Deus a sério na vida é engano, louvor que não produz mudanças de vida, quebrantamentos, obediência e não leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvor, é barulho aos ouvidos de Deus. Assim diz o senhor. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos porque não ouvirei as melodias das tuas liras (Am 5:23), o louvor que agrada a Deus precisa ser em espírito e em verdade, o louvor precisa ser bíblico, senão é fogo estranho para Deus. Louvor não é espaço da liturgia, louvor é a totalidade da vida é choro pelo pecado. Deus não procura adoração ele procura verdadeiros adoradores.

MOVIMENTOS AVIVALISTAS
A historia é marcada por diferentes movimentos avivalistas, neste capítulo vamos falar dos movimentos do século XVI, neste período aconteceu o movimento puritano que surgiu depois da reforma, na busca de uma espiritualidade sustentada na bíblia e, neste caso Calvinista; acreditavam que a regulamentação e o controle do culto deveria ser pela palavra de Deus escrita, não permitiam o acréscimo das tradições humanas nos cultos, pois acreditavam que esses fatores trariam obscuridade a clareza do evangelho e assim, impediria que o poder de Deus se manifestasse. Segundo Lopes (1995) os puritanos tinham três pilares para o acontecimento da purificação, são eles: Purificação da Igreja, do governo da Igreja, a vida familiar, o comércio e os negócios, e por ultimo o governo civil. Os puritanos foram perseguidos porque o governo Inglês temia que a Igreja se tornasse um poder político. A perseguição não impediu o crescimento do movimento. No entanto a mudança sonhada por eles  começou a surgir somente após 30 anos,em meados do século XVI e inicio do século XVII. Esses resultados só aconteceram por que sempre pregavam a palavra de Deus e o Espírito Santo, orando para que o Espírito viesse satisfazer a fome daqueles que a ouviam. Eles acreditavam na predestinação, esperança e vocação. O legado deixado pelos puritanos inicia no que diz respeito ao espiritual e o secular, pois para eles esta na presença de Deus é fazer a obra em qualquer lugar, sentiam que o seu chamado transforma cada área da nossa vida em algo santo para Deus. Outros fatores que podem ser destacados são: a reforma total da Igreja e do coração, o controle da vida domestica, a assistência diária através dos cultos domésticos. Todos deixaram ainda contribuições na ciência através de Isaac Newton;
A oração para eles tinha vários significados, pois compreendiam que a oração é um sincero, sensível e afeiçoado derramar do coração e da alma diante de Deus, bem como do a assistência do Espírito Santo sobre a vida das pessoas. O movimento Pietista teve como representantes Philipp Jackob Spener (1635 – 1705) e Augustus Hermann Francke (1663 -1727). Esse movimento juntou o gozo da experiência da salvação com o entusiasmo para proclamar o evangelho, a partir destas idéias mudaram o conceito de missões, pois este termo estava sempre direcionado aos países colonizadores como, por exemplo: os jesuítas que serviam a Igreja católica e eram responsáveis para repassar a religião para aqueles países que eram descobertos por Portugal. Assim, todos poderiam fazer missões cumprindo o que está escrito:
 “Ide, portanto, fazei discípulo de todas as nações, batizando em nome do pai, e do filho, e do Espírito Santo; ensinando a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” ( MT 28:19 e 20. )

Alguns países se destacaram em fazer missões é o caso da Alemanha que tornou–se a maior nação missionária do século XVIII, esse movimento deixou a dedicação como marca impagável para as pessoas que desejam fazer missões.
Os Morávios foi um outro movimento que apostavam nos leigos pra fazer a obra missionária, não enfatizava o teológico por acreditar em uma vida pratica de devoção e entrega a Deus. Os missionários que se sustentavam pois a comunidade não tinha recursos, as principais características desse movimento são: obediência espontânea, a paixão por Cristo, a coragem diante do perigo e a tenacidade de propósito. Dentro da missiologia eles se destacaram na missão por considerá-la uma marca da Igreja, atividade missionária secundaria, o discernimento para onde o Espírito está soprando, viam a obediência missionária como fruto onde o espírito humilde e de serviço, acreditavam ainda que a mensagem não deve ser imposta a ninguém e que o espírito é livre.

DOENÇAS DO SÉCULO: O PAPEL DA IGREJA FRENTE AOS “MALES DA ALMA”



¹Edilene Costa Santos
²Marcos Antonio Soares Santos








RESUMO
A Igreja encontra-se inserida em uma sociedade profundamente estressada e marcada por doenças emocionais, tais como ansiedade e depressão. O presente trabalho tem como objetivo refletir acerca desta sociedade enferma, apresentando a igreja como um instrumento de Deus para a cura do homem. Para tal, traçou-se um breve perfil histórico da sociedade, elencando as principais causas para o estabelecimento dessas doenças emocionais, denominadas nesse trabalho como “Males da Alma”. Também aborda, sinteticamente o estresse, a ansiedade e a depressão, consideradas como “as doenças do século” e enfatiza o papel da igreja diante de tal realidade. Os estudos realizados levam a conclusão de que Deus pode e quer usar Sua Igreja como instrumento de cura, mas, para isso esta precisa assumir ainda mais e por completo, sua posição. Ou seja, representante de Deus nesta terra a fim de manifestar a Sua vontade em relação ao homem: tendo uma vida abundante.
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¹ Pós Graduada em Formação Continuada para Educadores pela UEMA, Psicanalista  Teóloga pelo CFMSV – MA.
²  Concludente de Técnico Eletromecânica, pelo CEFET –MA; Teólogo pelo CFMSV –MA.
INTRODUÇÃO
O perfil da sociedade atual vem alterando-se drasticamente desde que a população deixou de viver espalhada pela terra e passou a aglomerarem-se nos mesmos espaços. A Revolução Industrial, fato mais recente (Século XVIII), através da mecanização deslocou o homem do campo, retirando-o de uma vida mais calma e pacata e o trouxe para as cidades, “o lugar do progresso”, expondo-o a uma vida completamente diferente da anteriormente vivida agora bem mais agitada e competitiva. Essa mudança de habitat faz surgir uma nova divisão social com novos desafios, novas motivações e consequentemente novas ambições. O homem do campo vivia basicamente EM e PARA a família cuidando de sua manutenção e subsistência, a mudança para as cidades trás como consequência menos tempo para dedicar-se à família e a si mesmo, tendo em vista que é uma exigência natural da emergente sociedade. O homem que até então fora senhor de seu trabalho, através de uma produção artesanal, passa agora a ser escravo deste, na atividade industrial.
As perspectivas e valores desse homem também são alterados nesse novo momento e as consequência de tal mudança serão lentamente percebidas ao longo do tempo. O quadro citado representa apenas o início dessa significativa e decisiva mudança no perfil social da humanidade. Os constantes avanços tecnológicos não cessam, o mundo caminha a uma velocidade vertiginosa e o homem é obrigado a adequar-se a essa nova realidade a cada dia. O perfil profissional exigido, inicialmente com a grande revolução industrial, e continuada velozmente até os dias atuais, têm conduzido o homem a um nível de desafio e um estilo de vida competitiva cada vez maior. Vive-se em constante “estado de vigília” para não perder as oportunidades e não ser passado para trás. A busca desenfreada pela perfeição, por ser o melhor, é justificada pela sociedade como a conquista da felicidade, ou seja, ser o primeiro, o mais bem sucedido, ter mais dinheiro e status social são condições essenciais para SER FELIZ. Estudos recentes, no entanto, comprovam que essa suposta felicidade está cada vez mais distante, pois o homem em sua busca frenética, tem se decepcionado freqüentemente, em face dos resultados negativos a que se chega e mesmo os que conquistam os sonhados melhores lugares não encontram a tão almejada felicidade e decepcionam-se igualmente. O resultado desse paradoxo gera conflito e acaba por enfermar psiquicamente esse homem.
Há aproximadamente cinqüenta anos atrás, era difícil as pessoas pensarem em século XXI, e houve até grupos que defenderam a idéia de que esse dia não chegaria. No entanto, o novo século chegou, e denominado de era pós-moderna apresenta mudanças inimagináveis a exatos cinqüenta “descrentes” anos atrás. A engenharia genética, a informática, telefonia celular, cartões de crédito, controle remoto, etc… do modo mais complexo ao mais simples a vida das pessoas tornou-se mais fácil e com muito mais recursos. Todos deveriam ser mais felizes já que o mundo aparentemente ficou melhor. Contrariamente a todo esse progresso, aumentou o desemprego, a fome, a miséria, a violência, a insegurança, promiscuidade, vícios, conflitos entre outras mazelas da sociedade. E em decorrência disso os homens têm se tornado cada vez mais egoístas, desamorosos, solitários, ansiosos e tensos. Dentro dessa perspectiva é que, se pretende fazer uma abordagem da sociedade atual, pois se percebe que apesar do século XXI, está se consolidando como o século do avanço tecnológico, das grandes descobertas nas áreas de comunicação, transportes e acima de tudo da medicina, tornando a vida das pessoas cada dia mais cômoda e confortável e até aumentado a expectativa de vida, nunca se vivenciou uma sociedade tão doente emocionalmente.
Como conceber a idéia de que quanto mais meios de aproximação entre as pessoas o homem consegue produzir, como a internet, por exemplo, quanto mais poder ele consegue, mais domínio sobre a natureza, mais solitário e infeliz ele parece estar? Chegou-se a um ponto em que até mesmo elegeram-se as “doenças do século” que afetam indistintamente uma altíssima parcela da sociedade. Os “males da alma” (como particularmente, será nomeado nesse trabalho as doenças emocionais) têm acometido as mais diversas pessoas, independentemente de sua classe social, nível de escolaridade, religião e até mesmo faixa etária. Nunca se falou tanto em crianças estressadas e deprimidas como no momento atual. Isso nada mais é do que um reflexo da gravidade do que se está vivendo. Apesar da ênfase dada ao perfil social e os males de que são acometidos os homens em virtude das exigências impostas sobre os mesmos, vale a pena ressaltar que esse é sim a principal causa de tantos males da alma, no entanto, não é o único.O homem é ferido em seus relacionamentos e há também a ação espiritual de espíritos malignos. Esse assunto, porém, será discutido mais adiante.
O QUE SÃO DOENÇAS EMOCIONAIS
A luz da ciência qualquer doença terá sempre uma explicação científica. Mesmo se tratando de doenças que a ciência ainda não tenha conseguido explicar ou mesmo desvendar. As doenças emocionais como a ansiedade, o stress e a depressão têm sido tratados como as enfermidades do século. Título devidamente atribuído por conta da grande abrangência que têm tido mundialmente. O presente trabalho terá como foco principal à depressão e a ansiedade; entretanto, percebeu-se que não se admite falar de ambos sem mencionar o estresse, pois o mesmo está intimamente ligado a essas duas patologias. Uma vez instalados no organismo, esses problemas alimentam-se mutuamente, tornando-se difícil saber se o estresse é uma causa ou conseqüência da depressão e da ansiedade, ou vice-versa. O atual perfil social apresenta uma sociedade profundamente estressada em decorrência das exigências que ela mesma vem se impondo ao longo do tempo. As constantes situações estressantes associadas as bruscas mudanças diárias, provocam nas pessoas um grande nível de ansiedade que por sua vez é tão prejudicial, ou mais do que  estresse, que embora não seja exatamente uma doença tem sido tratada como tal e a sua manifestação crônica a principal doença do século.Derivada do latim, a conotação para a palavra estresse é aflição ou adversidade. Somente em 1800 é que o significado do termo evoluiu para “pressão” ou “esforço”. O estresse é na verdade uma reação normal do organismo, se submetido a situações de tensão. O organismo responde a qualquer estímulo sofrido. O celebro produz determinadas substâncias que são responsáveis pela sensação de bem estar, como a serotonina que faz o corpo relaxar ou adrenalina que alerta o sistema nervoso sobre possíveis situações de perigo. Submetido a essas situações o celebro pode reagir aumentando ou diminuindo a produção de algumas dessas substâncias em doses normais essas alterações são benéficas, porém, quando muito altas e por muito tempo levam a pessoa ao estresse. A ansiedade, por sua vez, tem causas diversas desde uma simples prova, até uma ameaça de morte. Ela é cauterizada por um estado de agitação, inquietação ou perda de ânimo. Segundo o Pr. Wagner Gaby, em seu livro “As doenças do Século”, três são as razões pelas quais as pessoas tornam-se ansiosas. A primeira delas é gerada pelo fator competitividade. Em todas as esferas sociais as pessoas são submetidas a exigências intermináveis. Na família precisa ser o melhor pai, mãe, cônjuge, filho; na escola o melhor aluno, no trabalho o melhor funcionário etc. Nem mesmo a igreja tem sido poupada, e quantas vezes o crente se percebe competindo com outro irmão para ser o “melhor” para Jesus. O esforço para manter-se na média é causa constante de estresse.
A segunda causa é o fato de que o homem nunca está satisfeito, está sempre querendo mais. A Bíblia diz em Eclesiastes capítulo 4, versículo 8, “que os olhos do homem nunca se fartam de riquezas”. Nessa incessante busca a ansiedade será uma companheira do homem, por estar sempre esperando determinados resultados. A Terceira é porque o homem não confia em Deus. Ele é ensinado diariamente que pode conseguir tudo o que deseja, por esforço próprio. Desde o Éden até hoje o homem tem sido convidado a deixar Deus de lado em sua vida e assumir ele mesmo o controle. A cada dia parece esquecer-se das palavras de Jesus Cristo: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). O homem da pós-modernidade é marcado pelo julgo da ansiedade.
“A ansiedade pode minar a saúde de uma pessoa. Já vimos que a ansiedade está relacionada com a palavra “preocupar-se”, que significa literalmente “dividir-se”. A ansiedade divide a mente da pessoa quanto aos interesses de valor e pensamentos danosos.(…) Psicologicamente a ansiedade pode monopolizar as atividades psíquicas e comprometer, desde a atenção e memória, até a interpretação fiel da realidade.”(Gaby, 2008. P.48)
Apesar de tantos pontos negativos acerca da ansiedade, ela é um mecanismo de defesa do organismo e faz parte do funcionamento normal da fisiologia dos homens e dos animais. Sua finalidade consiste em alertá-lo a respeito de algum perigo dando-lhe tempo de lidar com a situação. Entretanto, em excesso a ansiedade causa uma série de desarmonias no sistema nervoso autônomo. Quando isso acontece tem-se então um TRANSTORNO DE ANSIEDADE, caracterizado como um problema psicológico que perturba uma pessoa a ponto de atrapalhar sua vida. Uma pessoa com transtornos de ansiedade terá sintomas como: ataques repetidos de medo, irritabilidade, nervosismo, falta de capacidade de concentração, tensão muscular, preocupação e expectativas excessivas, insônia, mal-estar generalizado, incapacidade de permanecer parado (roer unhas, puxar os cabelos, mexer o tempo todo nos objetos em sua volta, etc). Existem ainda outros sintomas que caracterizam um transtorno de ansiedade, mas optou-se por apresentar apenas estes por ocorrerem com mais freqüência. A forma como se manifestam os sintomas podem se diferenciar bastante e definem os diversos tipos de transtorno. São eles: Transtorno de pânico; Fobia; Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Transtornos de Estresse Pós-traumático, e finalmente a Ansiedade Generalizada. Como o estresse, a ansiedade e depressão estão interligadas, não é difícil encontrar pessoas que evoluem de um quadro para o outro. Tão comum quanto pessoas estressadas e ansiosas, são pessoas deprimidas. Estima-se que 30% da população mundial sofra de depressão sem saber. No Brasil, a depressão atinge mais de dez milhões de pessoas. A Organização Mundial de Saúde – OMS, prevê que a depressão será a segunda doença que mais roubará anos de vida útil da população. Já em 2020 será a segunda maior causa de incapacitarão para o trabalho. Fora a isso, a chance de uma pessoa deprimida cometer suicídio é 35 vezes maior do que uma pessoa saudável.
Quimicamente, a depressão é causada por um defeito dos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios como a serotonina e endorfina, que provocam sensação de conforto, prazer e bem-estar. Quaisquer problemas nessa área levarão a pessoa a apresentar desânimo, tristeza, autoflagelação, perda de interesse sexual e falta de energia para atividades simples. Embora os sintomas da depressão variem muito, alguns são mais comuns e podem definir com clareza alguém que esteja sofrendo desse mal; tais como distúrbios do sono, distúrbios alimentares, melancolia, autoflagelação e pensamentos mórbidos. A pessoa deprimida perde gradualmente o ânimo e o interesse pela vida e tudo que a envolve. Para pouco ou quase nada lhe servirão conselhos para que saia da situação em que se encontra. Os sentimentos depressivos vêm do interior da pessoa, por essa razão é que tudo que para uma pessoa normal seria muito interessante, para ela parece sem sentido. A depressão pode manifestar-se como Típica ou Atípica. Será atípica quando se apresentar de uma forma disfarçada. É mais freqüente em pessoas que mantém a situação sobre controle e não admitem sentimentos sem causa aparente. Constitui-se como depressão Típica quando manifesta todos os sintomas emocionais típicos da doença. É o estado patológico da depressão que vai além da tristeza, da apatia ou do desencanto. Nesse caso a pessoa poderá ser acometida de doenças psicosomáticas. A Depressão é mais comum em mulheres do que em homens e pode manifestar-se de forma crônica ou aguda.
A IGREJA E OS MALES DO SÉCULO
Apesar da freqüência que se tem falado de doenças emocionais, não é um assunto tão novo assim. A Bíblia Sagrada, que abrange um período de quatro mil anos de história da humanidade já contém relatos de pessoas sofrendo desse tipo de enfermidade a milhares de anos atrás. O profeta Elias, o Rei Davi, Moisés, entre outros experimentaram em suas vidas crises de depressão e angústia (I Rs 19:4; Sl 134:4). O que as ciências humanas tem descoberto nos últimos 100, 120 anos a Bíblia já mencionava há mais de três mil anos atrás. Tal afirmação leva a uma dedução muito óbvia e que desfaz um mito: crente não pode sofrer de depressão ou ansiedade. Por muito tempo atribuíram-se os males da alma apenas à ação de espíritos malignos. Hoje, porém, descartando uma ação maligna direta, nota-se que o próprio ambiente em que o homem está inserido contribui em larga medida para isso. Existem variadas causas para as doenças emocionais que vão desde os relacionamentos, onde as pessoas se machucam mutuamente, à crescente perda e inversão de valores que assola o mundo moderno, levando as pessoas a fazerem más escolhas e estabelecerem como prioridade aquilo que não prioriza as reais necessidades do ser humano. Constata-se com isso que os males da alma são inevitáveis. Tratáveis sim, mas inevitáveis. E diante de uma sociedade enferma, qual o papel da Igreja do Senhor?
Dentro de uma visão sociológica, a igreja é uma instituição social e, portanto, destinada a servir a sociedade. Numa visão espiritual, que se constitui como a sua principal função, não poderá jamais fazer acepção de pessoas (Jó 32:21), escolhendo quem acolherá. Mas, seguindo os ensinamentos de seu Mestre Jesus Cristo deverá aceitar a todos os que a procurem. Desta feita a igreja estará recebendo pessoas, frutos de uma sociedade doente, conseqüentemente também doentes. A igreja, a exemplo de Cristo e também como sua representante no mundo, tem a missão de levar a cura para as enfermidades (Mt 9: 12-13). Não que seja ela a única fonte de cura para as doenças emocionais, pois DEUS em sua infinita soberania pode usar quem e o que desejar como instrumento de cura. Uma pessoa pode ser curada por ação direta do Espírito Santo, se DEUS assim o determinar. Mas, a ciência também poderá ser usada, se ELE assim desejar; pois para tal tem capacitado homens que se dedicam ao estudo dessas enfermidades.
Um posicionamento acertado da igreja ao detectar entre seus membros alguém com doenças emocionais é dedicar uma atenção especial a esta pessoa. Não apresentando soluções simplistas, ou culpando o enfermo de “estar em pecado” ou mesmo “não ter fé em Deus”. Um atendimento especializado se faz necessário. O pastor, um conselheiro habilitado e, julgando-se necessário, até um profissional da área devem ser mobilizados em socorro a esta pessoa, com urgência. O fato é que a igreja não pode cruzar os braços frente a uma problemática dessa magnitude ou mesmo “espiritualizar” demasiadamente atribuindo somente ao diabo a causa e a DEUS a cura (embora Deus em quaisquer circunstâncias será a definitiva cura). Ela tem um poder em suas mãos que ultrapassa a esfera natural e isso a coloca a frente até mesmo da ciência. Mas, ficando inerte esse poder não será exercido, sua influência não se manifestará e essa cura não chegará aos povos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto é possível concluir que a atual sociedade é a manifestação de uma humanidade enferma. A palavra de Deus já advertiu a tempos atrás de que “os homens se tornariam egoístas… amantes de si mesmo (II Tm 3:1-4)”. A humanidade nunca foi tão hedonista. A cada dia DEUS tem menos espaço na vida das pessoas embora a necessidade d’Ele continue sendo a maior prioridade na vida do homem. A Bíblia declara que o mundo jaz no maligno (I Jo 5:19), que o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos (II Co 4:4). Esse estado espiritual é uma porta de acesso do diabo à vida das pessoas que acabam por ser enfermada emocionalmente por ele, direta ou indiretamente. Diretamente quando há ação direta de espíritos malignos possessando a pessoa, e indireta quando o diabo apenas aproveita-se das situações e circunstâncias advindas da própria vida e manipula-as de forma a abalar as estruturas psíquicas da pessoa.
É bem verdade que a situação em que o homem se encontra hoje é fruto de suas próprias escolhas; mas, o fato é que as doenças emocionais constituem-se como verdadeiras prisões sem muros, na vida das pessoas. Prisões que os impedem de viver a vida que foi conquistada na cruz no calvário por Jesus Cristo. Nunca esteve nos planos de DEUS um homem doente emocionalmente e preso pelo pecado. Desde o Éden Ele revela sua vontade, um homem sua imagem e semelhança, feito para governar e dominar e não para ser dominado. A igreja é a única força que pode se opor ao domínio de satanás na vida das pessoas, pois para isso Deus a capacitou e a elegeu como seu corpo, sua noiva e também determinou que “as portas do inferno não prevaleceria contra ela” (Mt 16:18). São os males da alma uma prisão demoníaca? Uma arma do diabo? Uma conseqüência do pecado? Quem mais poderá opor-se contra tudo isso senão a Igreja do Senhor. Mas, para que isso aconteça ela precisa assumir sua posição. Muito se tem feito, sobretudo depois que a Igreja compreendeu essa necessidade e deixou-se envolver pela unção do Mover de Cura Interior. Mas, ainda há muito por fazer. É fato, a humanidade está enferma; mas, também é fato que a igreja pode e deve levar a cura, que como dito anteriormente, pode vir por diversas maneiras mas, nenhuma exclui a ação e o poder de Deus, através de seu filho Jesus Cristo.
BIBLIOGRAFIA
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UMA ANÁLISE HISTÓRICA DO PROTESTANTISMO: LUTERO


MARIA CLEIDE
ANTONIA SIMÕES






                                                             ¹Maria Cleide da Silva
² Maria Antonia da Silva Simões



RESUMO
Visa-se retratar a Reforma Protestante, evidenciando a princípio o contexto medievalista no qual a Igreja Católica Romana encontrava-se como a instituição mais importante e, por conseguinte manipulava todos os aspectos da sociedade, além de praticar um cristianismo completamente diferenciado do Cristianismo Primitivo, enriquecendo ilicitamente, vivendo na imoralidade, bem como na prática do comércio das indulgências. Ressalta-se ainda, o processo de desenvolvimento da Reforma que foi originada por Martinho Lutero, a partir de sua iniciativa ao tornar públicas suas 95 teses, a qual suas narrativas criticavam principalmente as indulgências. 
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¹Pós-Graduada em História Sócio-Cultural pela UFPI – PI, Teóloga  pelo CFMSV – MA.
² Teóloga pelo CFMSV - MA

INTRODUÇÃO
Ocorreu no século XVI uma revolução que marcou profundamente a sociedade européia ocidental, a Reforma Protestante. Evidentemente, não aconteceu instantaneamente, mas vários fatos e acontecimentos foram se formando na Idade Média, de modo que as estruturas políticas, sócio-econômicas já não suportavam mais, inclusive a estrutura religiosa. Nesse período, a Igreja católica Romana predominou, mantendo sobre seu domínio todos os aspectos da sociedade, manipulando através do seu conhecimento, onde suas afirmativas eram tidas como verdades incontestáveis, condenando no Tribunal da Inquisição, os que se mostravam contrários, situação que contribuiu para sua eclosão.
Pode-se assim, constatar que a sociedade vigente vivia um período de crise, na qual “alguns fatores explicam a necessidade de ruptura interna na vida da Igreja católica e o nascimento de novas Igrejas, tais como: a crise do Papado e da Cúria romana; Cobrança de taxas dos católicos e dos países católicos, em nível cada vez mais insuportável; Séria crise econômica atinge cavaleiros e  camponeses, vivendo numa miséria crônica; Roma interfere na vida interna das nações católicas, que cada vez mais sentiam o desejo de independência – Alemanha, Suíça, Inglaterra e França; A vida moral deixava a desejar” (HEERDT, p.128), e a venda das indulgências.
Assim, diante desse contexto, originou-se a Reforma Protestante, que logo firmou suas raízes, atravessou séculos e encontra-se consolidada em nosso cotidiano, por meio da iniciativa de Martinho Lutero - autor do Protestantismo - que buscou voltar às práticas do verdadeiro Cristianismo, iniciado por Jesus Cristo.
A INFLUÊNCIA DA IGREJA CATÓLICA NA IDADE MÉDIA
 Século V, início da Idade Média, declínio do Império Romano. Para que tivesse ocorrido sua queda, “uma das explicações mais simples é aquela segundo a qual Roma caiu tão somente devido à violência dos ataques germanos. No entanto, os bárbaros haviam estado sempre prontos a atacar Roma, durante toda sua história. A pressão dos germanos, com efeito, crescia em certas épocas, mas suas invasões jamais teriam tido êxito se não ocorressem em momentos em que Roma já se apresentava debilitada internamente” (BURNS, p.11). Problemas políticos, problemas econômicos, podem ser considerados como algumas das causas internas do declínio. Mas, o estopim, sem dúvida, foi a invasão dos povos bárbaros, efetivando o processo de transição do modo de produção escravista para o feudal, construindo uma nova sociedade mesclada pela cultura romana e pela cultura bárbara, o que de imediato assumiu a característica da ruralização. Ocorre ainda, a “substituição de uma economia monetária... por uma economia natural e de subsistência” (AQUINO, p. 08), onde o comércio era realizado à base da troca de mercadoria por mercadoria.
No feudalismo, “a terra era a medida da riqueza. Assim, a propriedade das terras ou feudos conferia aos senhores feudais poder e autoridade: o poder de controlar a produção dos bens necessários à sobrevivência; a autoridade de subjugar, na condição de servos, os homens que, nada possuindo, recebiam em arrendamento terras para cultivar” (AQUINO, p. 09-10). Porém, apesar de seu poder e de sua autoridade não eram os senhores feudais quem controlavam a sociedade, mas a Igreja católica. Esta havia se tornado a instituição mais poderosa diante de um contexto que gerava incerteza e insegurança, pois foi a única que não sofrera perdas com a invasão dos povos bárbaros, permanecendo intacta, fator que contribui para que o Cristianismo se tornasse a religião oficial do Estado feudal.
Mas “Usando de figura, diremos: o Grande Médico deixou uma receita para remediar os males de um mundo de pecados e de sofrimentos. Essa receita provou a sua eficácia maravilhosa quando foi pela primeira vez administrada, mas falsificaram-na depois: omitiram um ingrediente aqui, juntaram outro ali, até que já pouco se assemelhava à original”(SCOTT, p.124), responsabilidade centrada nas mãos da Igreja Católica, a qual falsificou os ensinos de Cristo, alterando sua essência, gerando assim, a decadência das práticas primitivas.
A Igreja católica, por dispor de grande poder econômico, por ter se tornado a maior detentora de terras, devido às doações feitas pelos fiéis, os tributos, e mais tardiamente o comércio das indulgências e da simonia, predominando político e ideologicamente, determinando a conjuntura medieval, “à medida que conseguia assegurar a ordem e a disciplina... trabalho desenvolvido pelos Doutores da Igreja: Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo. Seus esforços concentraram-se na organização da disciplina e do culto, na fixação dos dogmas e da moral, a fim de fortalecer a unidade da Igreja e dar aos homens da época como que um código de ética que norteasse as suas ações, dizendo-lhes de antemão o que era certo e o que era errado, o que era Bem e o que era Mal. A Igreja assumia, assim, a tarefa de pensar por todos os homens da época... Por isso, as idéias religiosas eram colocadas em termos absolutos e inquestionáveis sob a forma de dogmas e de uma moral rígida” (AQUINO, p.363-364).
Devido sua posição, a Igreja católica, passou a dar explicações para todos os fatos e acontecimentos, onde na mentalidade do “homem medieval, o referencial de todas as coisas passou a ser o sagrado” (FRANCO JÚNIOR, p. 58). Tudo o que acontecia de bom ou ruim era tão somente Deus quem realizava. O sagrado e o profano, nesse período, eram utilizados pela Igreja para manter sua autoridade e subjugar o povo e como também, segundo algumas literaturas, o clero representava a grande maioria intelectual, controlando a educação vigente, “monopolizando praticamente o saber ler e escrever, dominando o ensino, a Igreja dirigiu as atividades culturais e formulou os princípios jurídicos e políticos que nortearam o Mundo Medieval europeu” (AQUINO, p.365-366), estendendo sua influência a todas as estruturas.
Na sociedade, segundo George Duby, a Igreja católica afirmava, que “Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem; uns deviam orar pela salvação de todos, outros deviam lutar para proteger o povo; cabia aos membros do terceiro estado, de longe o mais numeroso, alimentar, com o  seu trabalho, os homens de religião e da guerra”, determinando o papel e a classe a que cada indivíduo deveria permanecer, caracterizando uma sociedade sem nenhuma possibilidade de mobilidade social, pois como era Deus quem havia distribuído, cabia a cada um a responsabilidade de cumprir com sua determinação.
 Portanto, “Por toda a Europa reinava apenas uma Igreja; se um homem não era batizado na Igreja, não era membro da sociedade. Quem quer que fosse excomungado pela Igreja perdia automaticamente seus direitos civis e políticos [...] Durante muito tempo nunca houve outra fonte de educação, além da eclesiástica. E era enorme a autoridade que a Igreja possuía, não só sobre as almas dos homens como também sobre seus negócios” (FREMANTLE, p.), mantendo uma relação de controle na sociedade.
UMA ANÁLISE HISTÓRICA DO PROTESTANTISMO: LUTERO
De todos os legados da humanidade, a palavra, falada ou escrita, é um dos mais importantes. Através da palavra, conhece-se a identidade cultural do falante, eleva-se o espírito, transforma a realidade, coloca as pessoas em posição de subjugado e fere-se como uma navalha. A habilidade do uso com as palavras revitaliza quem está em situação difícil. No meio do deserto, vitimados pela sede, fome, cansaço um grupo de pessoas está a ponto de se dar por vencido. Porém, se alguém fizer uso da palavra, objetivando encorajar, reanimar os demais, dizendo que o momento difícil será superado, porque todos são vencedores, não tenha dúvidas, as dificuldades serão realmente superadas. Mas, do mesmo modo que engrandece o espírito, a palavra pode destruí-lo, como notadamente percebemos ao percorrer a trajetória da Igreja Católica Romana, onde a maioria das pessoas na sociedade medieval encontrava-se sobre sua palavra, da qual provocava gradativamente sua degradação. Porém, como a palavra possui várias funções, e um delas é a de transformar a realidade, Martinho Lutero afirmou que: “A Salvação é por fé”, em contraposição ao que a Igreja católica pregava – a idéia de que a salvação era alcançada pelas obras e o perdão pela compra de indulgências – provocando uma verdadeira revolução na Idade Moderna.
Essa afirmativa de Lutero provocou sistematicamente um processo, que desencadeou uma mudança radical na vida cotidiana de muitos que estavam acostumados a ouvir somente as “verdades” da Igreja católica. Mudança essa, que possui raízes profundas e que vem atravessando séculos, encontrando-se vigente na atualidade. A Europa, especificamente no território que corresponde hoje, a Alemanha, na época parte do Sacro Império Romano-Germânico, serviu de cenário para o início desse processo nomeado Reforma Protestante.
Segundo Robert Nesbert, “o modo mais significativo de tratar a grande Reforma Protestante do século XVI, pelo menos do ponto de vista da História da filosofia social é explicitadamente em termos de uma revolta contra a comunidade católica, incorporada, visível, que entra em vigor por volta do século XIII” (Nesbert, p.207), antes do que se pensara. No século XIV, a Igreja católica já era criticada por Jonh Wyclif na Inglaterra e Johann Huss na Boêmia, demonstrando seu repúdio a venda de indulgência e ao luxo excessivo em que vivia o alto clero, defendendo, no entanto, a autoridade da Bíblia e sua livre interpretação pelos cristãos, motivos pelos quais foram mortos na fogueira da inquisição. Porém, a efetivação da Reforma, que incitou mudanças significativas ocorreu através de Martinho Lutero Armstrong Karen, filho de Juan Lutero e Margarita Ziegler,  que nasceu em Eisleben, uma cidade da Saxônia, no condado de Mansfield, no dia 10 de novembro de 1483. Era a princípio de família humildes, porém, seu pai por esforço próprio, posteriormente, chegou a ser um magistrado. Ele iniciou seus estudos prontamente. Em 1501, foi enviado a Universidade de Erfurt, onde passou pelos cursos de lógica e filosofia. Aos vinte anos de idade, recebeu o título de licenciado, e passou logo a ensinar a física de Aristóteles, ética e assuntos ligados à filosofia. Por indicação de seus pais, dedicou-se à lei civil, a fim de trabalhar como advogado; porém foi separado dessa atividade devido, ao andar certo dia pelos campos, ter sido lançado ao solo por um raio, enquanto seu amigo morreu ao seu lado. Este fato afetou-o de tal maneira que, sem comunicar o seu propósito a alguém, retirou-se e enclausurou-se junto à ordem dos eremitas de Santo Agostinho.
Com o passar dos tempos, diante de suas dúvidas Lutero escreveu: “Embora eu vivesse uma vida impecável como monge, sentia-me um pecador de consciência pesada diante de Deus. Também não podia acreditar que o tivesse agradado com minhas obras. Longe de amar aquele Deus justo que pune os pecadores, eu na verdade o odiava. Eu era um bom monge, e mantinha minha ordem de modo tão estrito que se algum dia um monge pudesse chegar ao paraíso pela disciplina monástica, eu seria esse monge. Todos os meus companheiros no mosteiro confirmariam isso [...]. E, no entanto minha consciência não me dava certeza, e eu sempre duvidava e dizia: ‘Não fizeste isso direito. Não foste suficientemente contrito. Deixaste isso de fora da confissão’.” (ARMSTRONG, p.279). Lutero em seu íntimo sentia-se um mero pecador, bem como sentia que realizava - suas obras - não era suficientemente favorável para que viesse herdar a salvação, além de possuir uma visão errônea da pessoa de Deus.
Lutero tinha acesso às diversas literaturas e exercia a função de copista. Segundo John Fox “ao vasculhar a biblioteca do convento dos agostinianos, encontrou acidentalmente, uma cópia da Bíblia latina que jamais havia visto antes”. Esta atraiu poderosamente a sua curiosidade; leu-a ansiosamente e sentiu-se atônito ao perceber que apenas uma pequena porção das Escrituras era ensinada ao povo. Percebeu ainda, que havia um distanciamento entre o que a Igreja católica ensinava para o que se encontrava na Bíblia – como fora falado anteriormente, uma deturpação do Cristianismo – devido a essa situação, no seu interior surgiu angústia e indignação, levando-o a uma busca pela libertação do sistema católico.
De fato o Protestantismo, se evidência no ano de 1517, em virtude das práticas da Igreja católica, que “parecia cada vez mais corrupta e exploradora, cada vez mais preocupada com a cobrança de tributos financeiros como o “chamado 'vintém de Pedro', uma arrecadação [...] sobre cada lar da cristandade” (BURNS, p. 459), para sustentar a evidente luxúria e imoralidade que, conforme crença geral se haviam transformado na própria essência do Papado, em Roma” (NESBERT, p.208), bem como da simonia, e principalmente do comércio das indulgências, que de forma generalizada visava apenas sua satisfação.
A prática da corrupção e da exploração, foram veículos que enriqueceu ilicitamente a Igreja Católica Romana, pois “muito de sua riqueza foi adquirida através do confisco de propriedades das pobres vítimas da inquisição” (HUNT, p.79), “ nome dado a um tribunal [dessa] Igreja  no século XIII para descobrir e extirpar heresias” (AZEVEDO, p. 234), os quais eram tidos por heréticos, todos aqueles que se mostravam contrários aos princípios afirmados por esta instituição, como os “huguenotes, albigenses, valdenses e outros cristão que foram massacrados, torturados e queimados às centenas de milhares. Isso ocorreu porque eles simplesmente recusaram alinhar-se com a Igreja católica, com sua corrupção, dogmas e práticas heréticas. Por razões de consciência eles tentaram seguir os ensinamentos de Cristo sem depender de Roma, e por esse crime foram amaldiçoados, caçados, aprisionados, torturados e assassinados” (HUNT p.85).  Os assassinados, nesse Tribunal, “eram exumados para serem julgados e suas propriedades eram confiscadas dos seus herdeiros pela Igreja”.Um historiador escreve: As punições da Inquisição não acabam quando as vítimas eram queimadas ou trancadas nas masmorras da Inquisição. Seus parentes eram reduzidos à miséria pela lei que determinava que todas as suas posses fossem confiscadas... “Julgamento de cadáveres (HUNT, p. 79), circunstância que revela que não somente o considerado herético, como também sua família sofria penalidades e consideravelmente a Igreja enriquecia”. A inquisição “sacrificou, desde o seu início, centenas de milhares – ou como alguns escritores asseveram – milhões de vítimas. O total nunca será conhecido até o dia em que a terra descubra o seu sangue e nunca mais cubra os seus mortos”. (SCOTT p. 170). Dessa forma, essa foi utilizada não somente para perseguir, como também para enriquecer.
Uma outra prática a ser contextualizada nesse período é da imoralidade, que ocorreu por intermédio da imposição do Celibato ao clero, que ainda hoje permanece vigente no seio católico, mas que em muitos casos não foi e não é respeitado por alguns dos que fizeram e fazem parte de sua hierarquia, sendo visível a imoralidade no meio dos que se chamam representantes de Cristo. “Muitos papas, como Sérgio III(964-911), João X (914 – 928), João XII (955-1644), Inocêncio VIII (1484 – 1492), Urbano VIII (1623 -1644) e Inocêncio (1644 -1655), assim como milhões de cardeais, bispos, arcebispos, monges e padres, através da história violaram esse voto. O celibato não apenas fez pecadores os membros do clero que caíram na prostituição, mas transformou em prostitutas aquelas com quem eles coabitaram secretamente...Pio II declarou que Roma era a “única cidade governada por bastardos” (filhos de papas e cardeais). O Historiador católico e ex-jesuíta Peter de Rosa escreve: Os papas tinham amantes de 15 anos de idade, eram culpados de incesto e perversões sexuais de toda sorte, tinham inúmeros filhos, eram assassinados em pleno ato de adultério [por maridos ciumentos que os encontravam na cama com suas esposas]” (HUNT, p. 82). “Alguns papas foram colocados no ofício por suas amantes – seis deles por prostitutas (que eram mãe e filha). Teodora de Roma (esposa de um poderoso senador romano) teve muito sucesso usando essa estratégia. Ela manipulava os políticos de Roma, gabando-se do fato de sua filha Morósia ser amante do papa Sérgio III. Conhecida como “amante de Roma”, Morósia não hesitava em ordenar assassinatos para conseguir o que ambicionava. A própria Teodora era amante de dois eclesiásticos, os quais ela conseguiu, após a morte de Sérgio III, levar em rápida sucessão ao “trono de Pedro” - os papas Anastácio III (911-913) e Lando (913-914). Quando se apaixonou por um padre de Ravena, ela também o conduziu ao trono papal. (HUNT p.108). Atualmente, a imoralidade nessa instituição, apresenta-se através da pedofilia que em muitos casos, foi estampada nos noticiários, onde seus representantes transgridem suas leis e deturpam doutrina de Cristo.
Todavia, de todas as práticas a mais criticada por Lutero foi da indulgência, que contradiz o que a Bíblia afirma acerca do perdão dos pecados, como se encontra escrito em 1 Pedro 18-19 a afirmativa de que devemos saber “que não foi mediante coisas corruptíveis, como ouro ou prata, que fomos resgatados do nosso fútil procedimento que nossos pais nos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo”.
Segundo o clero católico a indulgência, que significa a venda do perdão mediante dinheiro (ouro ou prata) e ou alguns bens, como áreas de terra, animais (coisas corruptíveis) concederia ao ser humano o perdão de seus pecados e consequentemente, este adquiriria a salvação. Essa era uma prática comum e utilizada pela a hierarquia eclesiástica. Porém é importante enfatizar que o perdão dos pecados, como se observa em 1 Pedro:18-19, se manifestou quando Jesus por livre e espontânea vontade, por amor ao ser humano foi crucificado na cruz do calvário e por fim declarou “estar consumado”, contrariando completamente o que a Igreja afirmava ser pelas indulgências. Foi exatamente a venda das indulgências que impulsionou Lutero a iniciar a Reforma, quando o Papa Leão X, em março de 1517 que tinha a incumbência de continuar a construção da Catedral de São Pedro em Roma, aprovou a concessão de indulgências gerais a todos que contribuíssem com qualquer soma em dinheiro.
                    Essa forma de exploração levou Lutero a analisar e, por conseguinte construir uma ideologia, que fixou na porta da igreja, em Wittenberg, no dia 31 de outubro, local onde residia, ou seja, as suas 95 teses, caracterizando um marco referencial para a história do Cristianismo, por tornar pública a necessidade de reforma no campo religioso, efetivando-a a partir de então. Notoriamente as teses se opunham as indulgências quando, por exemplo, afirmavam: “Tese 21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa; Tese 24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena; Tese 27. Pregam doutrina mundana os que dizem que, tão logo a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu]; Tese 52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgência, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.” Todavia existiam teses que defendiam que o perdão dos pecados como afirma a Bíblia é pelo sacrifício de Cristo, como está escrito na “Tese 37”. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de  Deus, mesmo sem carta de indulgência;
A reforma se difundiu por várias áreas da Europa, levando muitos a se converterem ao protestantismo. “O luteranismo firmou-se, como era de se esperar, na Alemanha, mas a sua presença também se fez sentir, de modo vigoroso na Suécia, Noruega e Dinamarca, lugares em que se tornou a religião oficial” (LUIZETTO, p.21-22).
È interessante ressaltar, que Autores como Flávio Luizetto e Robert Nesbert afirmam em seus escritos que o protestantismo não se formou apenas por razões de ordem religiosa, mas que causas sociais, políticas e econômicas, favoreceram, portanto a sua origem, assim como sua consolidação e expansão, como, por exemplo: a fome, provocada pela baixa produtividade do solo; as epidemias, como a peste negra; as guerras, sendo a mais conhecida a dos Cem anos; assim como, o renascimento. De fato não podemos contestar, mas enfatizar que Lutero possuía conhecimento da realidade na qual se encontrava inserida a população daquele período, e acreditou que uma reforma no seio religioso poderia refletir em todas as demais instâncias. Contudo, devido sua iniciativa, não se pode indubitavelmente negar que vidas realmente foram e até hoje são transformadas, cumprindo o diz a Palavra de Deus “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”(João 8:32), promovendo  digressão na sociedade.
              
O “processo de expansão do Protestantismo nem sempre foi tranqüilo, como demonstram, as chamadas guerras religiosas ocorridas na França. Os huguenotes, como eram chamados os protestantes franceses, enfrentaram forte oposição, marcada pela intolerância religiosa e por trágicas perseguições antes de conseguirem, pelo Édito de Nantes (1598), uma relativa liberdade de culto. A solução encontrada pelos protestantes para a livre prática do culto foi a emigração em massa” (LUIZETTO, p.22).

Lutero também enfrentou oposição, visto que havia exposto as “práticas” da Igreja Católica Romana e esta como sempre procurava reprimir os que se pronunciavam. Foi pressionado a negar suas Teses, mas manteve-se firmes em suas proposições afirmando que não pregaria nada contrário às Escrituras Sagradas. Durante esse período suas idéias iam se expandindo e se firmando. “Muitos príncipes alemães o apoiaram porque desejavam libertar-se em seus domínios da influência do papa e do imperador, que era católico” (ARRUDA, p.40).
Por fim, na reunião denominada Dieta de Worms, Lutero foi questionado. Conforme Jonh Fox “Eccius, o oficial, falou do seguinte modo: “Responda agora à demanda do imperador. Manterás todos os livros que reconhecestes serem de tua autoria, ou revogarás parte dos mesmos e te humilharás? ”Ao passo que ”Martinho Lutero respondeu modesta e humildemente; porém, não desprovido de uma determinada firmeza e consciência cristã: Considero que vossos honoráveis  demandais um resposta plena, isto digo e professo tão resolutamente quanto posso, sem dúvida e nem sofisticações, que se não me convencerdes através do testemunho das Escrituras (pois não dou crédito nem ao papa e nem aos seus concílios gerais, que têm errado muitas vezes, e que têm sido contraditórios contra si mesmos), a minha consciência está tão ligada e cativa destas Escrituras que são a Palavra de Deus, que não me retrato nem posso me retratar de absolutamente nada, considerando que não é piedoso nem legítimo fazer qualquer coisa que seja contrária à minha consciência. Aqui estou e nisto descanso: nada mais tenho a dizer. Que Deus tenha misericórdia de mim!”. Porém, os príncipes consultaram entre si e exigiram uma resposta objetiva de Lutero “negativa ou afirmativa”, sendo sua resposta: “Estou atado pelas Escritura”, o que fez com que antes do término da reunião, Carlos V redigisse um édito, datado de 8 de maio, decretando que Martinho Lutero, de conformidade com a sentença do papa, fosse considerado  membro separado da Igreja, cismático e um herege obstinado e notório. Assim, Lutero promoveu então uma guerra aberta ao papa e aos bispos; e com a finalidade de conseguir que o povo menosprezasse as autoridades destes, tanto quanto fosse possível, escreveu um livro contrário à bula papal e outro intitulado “ A Ordem Episcopal”. Também publicou uma tradução do Novo Testamento no idioma alemão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nada conseguiu impedir a expansão da Reforma. Atualmente identificamos os frutos através de várias Igrejas Protestantes, como as Igrejas Batistas, Assembléias de Deus, Mundial, da Graça, etc., as quais visam viver segundo o Cristianismo Primitivo, onde se pode comprovar que vidas têm experimentado e vivido experiências sobrenaturais, como curas físicas.
Como afirma Dave Hunt “lamentamos principalmente por aqueles católicos romanos sinceros, que depositam grande confiança em sua Igreja, aceitando o que a hierarquia católica lhes diz, sem estudar a história” (HUNT, p.18), que relata os acontecimentos que dizem respeito à Igreja Católico Romana, e tão pouco a Bíblia para aprenderem a verdade da vida eterna, da cura, da libertação e que, por conseguinte revela quem realmente Deus é e o que pode realizar na vida de todo aquele que decide acreditar Nele. Lamentamos ainda, o fato dessa instituição ter atualmente, modificado suas práticas apenas em alguns aspectos. Pois, se fizermos uma análise comparativa do ontem com o hoje, mesmo que superficial, perceberemos que os dogmas que citamos continuam instituídos – com exceção do comércio das indulgências - pautados em uma doutrina que prega “libertação”, mas que mantém o homem no escravismo da prostituição, do alcoolismo, da hipocrisia, do medo das enfermidades, da idolatria (Gálatas 5:19), atos que condenam o homem ao hades, caso não se arrependam e invoquem a Jesus e continuem vivendo na política de que é bom e, portanto pelas obras será salvo.
Sem dúvida o texto bíblico que afirma “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32), caracteriza a iniciativa de Lutero, que se posicionou contra o modelo religioso vigente por ter tomado conhecimento da Palavra de Deus. E como esta é viva e eficaz (Hebreus 4:12) e ninguém pode negá-la, pois para efeito de comprovação muitas profecias têm se cumprido, sendo facilmente comprovadas, veio à tona todas as mazela realizadas pela Igreja católica, descortinando o entendimento humano, gerando assim libertação de um sistema opressor e consequentemente, um retorno as raízes do Cristianismo.
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A FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


CENTRO DE FORMAÇÃO MINISTERIAL “SEMENTE DE VIDA”
CURSO: BACHAREL EM TEOLOGIA


 * Ednalva da Cruz Chagas
** Reginaldo Viana Chagas

 RESUMO

É de suma necessidade fazer uma abordagem sistemática sobre a educação infantil no contexto cristã e social, mostrando a importância do ensino cristã para a vida, bem como o investimento que precisa ser feito para proporcionar um trabalho de qualidade. Através do ensinamento cristão pode-se construir um futuro sólido para a Igreja, pois são através das redes e/ ou escolas bíblicas dominicais que os pequeninos são ensinados a terem fé e crer no Senhor Jesus. Nesse contexto observa-se que a criança na fase adulta só irar externar o aprendizado que teve de 0 a 6 anos, pois segundo a psicologia é nesse período que se forma a personalidade da criança. Muitas das dificuldades que temos são geradas na fase da infância por que não somos trabalhados nessa faixa etária. Por isso a Igreja não pode cruzar os braços, diante dessa situação devemos oferecer um ensino articulado, que motive para uma conquista de excelência destas crianças.
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  * Bacharelando em Teologia pelo CFMSV, 2008.
** Policial Militar-PMMA, Bacharelando em Teologia pela CFMSV, 2008.

INTRODUÇÃO

A educação infantil cristã se consolidada pode contribuir de forma significante para a construção de uma sociedade ética e estruturada. Haja vista, que a mesma está sofrendo as conseqüências da inversão dos valores, e a Igreja por trabalhar os princípios bíblicos para formação do caráter cristão, facilita a compreensão por parte dos pequenos do que é certo e do que está errado. Nesse contexto, a Igreja tem uma grande responsabilidade, pois é o único órgão que ainda valoriza os princípios de Deus e por isso devem ser sensíveis as necessidades que surgem na sociedade, pois é deve ser um dos compromissos da igreja mostrar para a sociedade que o ensinamento de Jesus ainda é válido nos dias de hoje, quando colocado em prática fazem a diferença na vida das pessoas.
O presente artigo está dividido nas seguintes partes. A primeira parte aborda a Educação Infantil e a formação cristã, onde se buscou uma sistematização mesmo dentro da Igreja, na sociedade e na família, vindo seguidos do segundo parte que trata da Educação Infantil X Educação secular mostrando que devemos trabalhar as duas em conjunto. E por fim a terceira que fala da Educação Infantil cristão: Base para uma vida de fé. Nesse item procurou-se uma abordagem que enfatiza as faixas etárias, bem como as características que as crianças apresentam enfatizando também o papel do professor e a importância da evangelização. Nesse contexto buscou-se mostrar a importância da Educação Cristã para a formação do caráter cristão, bem como a contribuição que pode ser dada na formação dos novos Crentes da Igreja, pois as crianças de hoje serão os adultos.  

A EDUCAÇÃO INFANTIL E A FORMAÇÃO CRISTÃ.

A educação infantil é um assunto que vem sendo abordado com muita ênfase nos últimos anos por se tratar do início da vida educacional da criança, por ser a base da construção do caráter, sendo assim, os valores são aplicados com maior eficácia. Portanto, deve ser trabalhado com muita sinceridade e compromisso.
Por muito tempo a família foi o centro da educação dos filhos, que eram formados de acordo com a profissão dos pais. Com a modernização esses valores foram sumindo, os avanços da sociedade tiveram uma grande influência na educação atual, as mães deixaram seus afazeres do lar partiram para o mercado de trabalho com o propósito de viverem melhor e aumentar a renda familiar. As conseqüências chegaram mais cedo do que se esperava. As mudanças causaram bons impactos, as mulheres conquistaram seu espaço na sociedade através de sua profissionalização, porém perderam-se os valores mais primordiais, tais como: respeito, disciplina, amor ao próximo dentre outros.
Na nova estrutura familiar os filhos são criados somente por mães e avós ou só por pais. A família tradicional anteriormente conhecida perdeu o seu padrão de pai, mãe e filhos na sociedade globalizada. Os pais passam mais tempo no trabalho do que com seus filhos, entregando-os às babás, isso tem causado um caos, onde os mesmos não têm condições de oferecer aos filhos o que realmente interessa que é dar amor e carinho, pois a família é o berço da educação, tudo que seremos na idade adulta é construído no âmbito familiar. Nesse contexto a escola por sua vez passa ter um papel importante na educação dos pequenos, pois hoje se tornou responsável pela formação da criança em seu sentido mais amplo, no entanto sabe-se que a família está passando toda a sua responsabilidade para a escola no âmbito secular e à igreja que é o âmbito espiritual, o que não está correto, pois as mesmas são a somente uma continuidade da formação oferecida pela família.
Na educação cristã, o educador deve ser sensível às necessidades urgentes de seres tão frágeis que são bombardeados pelas influências da sociedade que declinou seus valores. A educação é um ato que se manifesta desde a formação do ser, no seu habitat. Com respaldo diz o Senhor à Moisés: “E estas palavras, que hoje te ordeno estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te”.(Dt.6:6-7)
A criança de 0 a 6 anos é o período em que acontece a formação da personalidade, o desenvolvimento emocional, cognitivo e o crescimento sensório-motor da criança estão em ampliação e necessitarão de uma atenção maior por parte, tanto da família quanto da Igreja.

“Afirma que [...] educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência. Educar é acreditar na vida, mesmo que derramemos lágrimas. Educar é ter esperança no futuro, mesmo que jovens nos decepcionem no presente. Educar é semear com sabedoria e colher com paciência. Educar é ser um garimpeiro que procura os tesouros do coração”.
(Cury, 2003; p 9)

Educar não se limita somente a ensinar, mas, amar expressando carinho, atenção e compreensão, é também estabelecer limites e corrigir, pois assim se constrói a formação ética e moral do indivíduo. É necessário estar atento às crianças da faixa etária inicial, pois segundo a psicologia os hábitos formam o caráter, os brinquedos acabam, mas o que fica é a palavra de Deus. A Bíblia nos afirma: Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele, (Pv. 22:6).

EDUCAÇÃO INFANTIL  X  EDUCAÇÃO SECULAR:

No âmbito evangélico a formação de valores cristãos vai além das limitações humanas, está ligado à ação do Espírito Santo na vida das crianças, fato que só será possível se a criança for estimulada a confiar em Deus. A moral e a ética formam parceria e até sobrepõem à formação cultural. A família e a igreja precisam estar em harmonia com os ensinamentos que são repassados aos pequenos logo no início de sua fé cristã, Tratando-se da educação infantil diz o sábio escritor de obras infantis que criou a paráfrase de (1Co. 13.11).
“Quando eu era menino, falava como menino, entendia como menino, quando me tornei um homem desisti dessas coisas infantis, mas o homem em que me transformei foi formado na meninice e essa formação permanece para sempre.”
(Wangerin Jr. 2008, p.14).

A igreja deve oferecer as crianças uma estrutura adequada para que possa haver aprendizado por parte das mesmas. O ambiente é de suma importância, segundo Ferreira (2000; 116) é preciso que atenda a determinados critérios tais como:
§                   O local de ensino deve ser confortável e atraente, possuir salas com uma boa circulação de ar e iluminação, lugares apropriados para sentarem;
§                   A quantidade de crianças também deve ser compatível ao tamanho do ambiente;
§                   A organização do ambiente deve favorecer ao tipo de trabalho que o líder vai realizar;
O educador cristão de forma alguma deve fugir da responsabilidade de prepará-los para viverem num mundo globalizado cuja ênfase é a busca por mais conhecimento, essa missão, que apesar de difícil, tem de ser integralmente cumprida, a fim de que eles destaquem-se como testemunhas do autor da fé para chegarem ao que consta nos Escritos Bíblicos: “Até que todos cheguem à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Ef 4: 13).
Na formação do caráter, os pequenos dependem da orientação fundamentada na bíblia sagrada e uma visão correta dos parâmetros escolares.  Após pesquisa acurada do sentido que seja caráter numa visão simples dada por Bentes (2008; p.74) “Modo de ser e agir de um individuo, firmeza de atitudes e que podem ser alterados e se constituem a partir das relações familiares, ambientais, pedagógicas e sociais e onde a psicologia melhor funciona é no lar”. O fruto do Espírito contribui abundantemente na formação do caráter da criança e se desenvolve de acordo com seu crescimento e varia conforme seu desenvolvimento físico, mental, social e espiritual. A partir daí cada criança cresce nesses quatros aspectos.  O evangelho de (Lucas 2:52)  Jesus crescia;
  • “Em estatura” (crescimento físico);
  • “Em sabedoria” (crescimento mental);
  • “Em graça diante dos homens” (crescimento social);
  • “Em graça diante de Deus” (crescimento espiritual);
.A disciplina não é um assunto de interesse exclusivo do educador. Os pais e familiares devem contribuir para a sua aplicação. Pois a mesma serve para preparar a criança, enfrentar problemas em relação ao pecado e a própria vida social, na qual todas as atividades são hierarquizadas, e onde sem disciplina só existe confusão, tumulto e anarquia. A criança torna-se educada à medida que é disciplinada pelo adulto. Segundo (Ferreira, 2000; p115) a aplicação da disciplina:
§           Promove a formação equilibrada de uma criança saudável, pois ela é tanto intelectual quanto social;
§           Prepara uma criança capaz de aperfeiçoar-se;
§           Forma uma criança de caráter.
§            Favorece o surgimento de crianças conscientes, capazes de se integrarem à vida social sem problemas;

EDUCAÇÃO INFANTIL CRISTÃO: BASE PARA UMA VIDA DE FÉ.
O Desenvolvimento da fé nas crianças inicia-se dentro do lar e se consolida na igreja, através das programações e atividades especialmente feitas para elas, através das redes e escolas dominicais. No entanto para que tudo isso ocorra é necessário que tenhamos conhecimentos das faixas etárias, bem como o que acontece dentro de cada uma delas. Segundo a autora Bentes (2008; p. 74) a criança passa várias faixas etárias das quais podemos citar:
·          De 1 a 3 anos – Nessa fase a criança aprende através de encenações de histórias Bíblicas.
·          De 3 a 4 anos – É a fase dos relacionamentos significantes (Professores, Pastores e Família), interessam-se por Deus.
·          De 5 a 6 anos – Compreendem o conceito de Deus como “O Criador”.
·          De 7 a 8 anos – Estabelecem conceitos de certo e errado.
·          De 9 a 11 anos – Correspondem ao ensino sobre o caráter de Deus.
·          De 12 anos – Precisam de apoio constante e orientação espiritual profunda.
De posse dessas informações podem-se planejar cultos e atividades atrativas que prendam a atenção dos mesmos em relação à palavra. Pois toda criança gosta de ir à igreja principalmente quando esta lhe proporciona um ambiente agradável, e são tratadas com amor. Se não houver interesse elas também percebem, por isso existe a necessidade de tratá-las bem e ensiná-las o caminho que devem andar.
O papel do professor nesse contexto é planejar, organizar atividades e elaborar um cronograma que viabilize sua prática pedagógica, pois é de competência do mesmo criar estratégias que estimule a criatividade dos seus alunos. É preciso discipular a criança com valores centrados nos ensinos de Jesus (Mt. 28.19-20a), pois em seu ministério sempre enfatizou as crianças como exemplo para os adultos.
A evangelização de crianças deve ser uma prioridade em casa e na igreja. Jesus usou as crianças como ilustração de fé e lealdade a muitos e de humildade (Colocando-se sob a autoridade de Deus), requisito importante para quem fizer parte do Seu Reino. Mesmo que Deus tenha habilitado algumas pessoas para o ensino dos infantes, todos nós temos a responsabilidade de educá-los nos seus princípios, Jesus, porém, disse: “Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus”. (Mt. 19: 14) e não há referências nos textos Bíblicas sugestões que, crianças são incapazes de responder a Deus, de louvá-lo, adora-lo, crer ou dar graças por tudo, de fato Jesus enfatiza que vindo ao Pai às crianças não devem agir como adultos, mas pelo contrário, os adultos e que devem tornar se como crianças.
A criança que, desde sua infância é educado nos princípios Bíblicos terá maior possibilidade de ser um adulto com maturidade, cristão apaixonado por Deus, comprometido com Ele, que não se deixa confundir e ser levado por qualquer “vento de doutrina”. A criança possui um enorme potencial evangelístico, se bem instruído será um instrumento eficaz, tanto na evangelização de crianças quanto de adultos. Por isso deve o educador e a família cultivar os bons hábitos nas crianças, semear em seus corações o amor e a palavra de Deus, usando métodos adequados à sua faixa etária para que eles venham a amar a Deus e servi-lo. Há que se cultivar essa semente preciosa para se colher bons frutos. Deve-se com muita responsabilidade, desenvolver a base da fé na criança, pois é o alicerce da igreja forte.

CONCLUSÃO
As crianças são alvos de todo tipo de investimento que vai desde a construção de brinquedos com imagem de deuses pagãos até a veiculação das suas ideologias. Diante dessa situação não podemos nos calar nem ao menos deixar de investir na educação dos pequenos, pois eles são responsabilidades dos pais para a educação inicial e da Igreja na consolidação dos conhecimentos oferecidos pela família fundamentada na palavra de Deus.
Mediante a situação analisada, assimilar facilmente uma cultura e jamais esquecer as experiências fortes ocorridas na infância faz parte da natureza do ser humano. Por isso, a geração eleita mediante o sangue de Cristo, deve se empenhar para educar crianças dentro dos princípios divinos. Assim, quando a criança tornar-se adulta, terá menos dificuldades de caminhar na estrada da fé. Portanto, a infância, a fase em que se estrutura a personalidade, os pais e igreja devem utilizar todos os meios e recursos possíveis para que a criança desenvolva uma formação cristã de caráter adequado aos padrões divinos. “Os filhos não precisam de pais gigantes, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e sejam capazes de penetrar-lhes o coração” (Cury, 2003).  

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia da Mulher, Barueri-SP. SBB - Mundo Cristão. 2003.

BENTES. Joane, Seminário de Escola Bíblica Dominical, Bacabal – Ma. CPAD. 2008.

CURY, Augusto. Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes, Colinas - SP, Academia de Inteligência. 2006.

FERREIRA, Débora costa da. Evangelização e discipulado infantil, Rio de Janeiro – RJ. CPAD, 2003.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini-dicionário da língua portuguesa. Nova Fronteira. Rio de Janeiro - RJ. 2000

SILVA, Antônio Gilberto da. Manual de Escola Dominical, Rio de Janeiro-RJ. 1998.